Nas agendas das lutas de libertação, da autodeterminação e da afirmação dos direitos e liberdades dos cidadãos em nome do ideal humanista do bem-estar, a educação sempre foi abordada em Angola como catalisadora de ideais. Porém, as marcas da colonialidade, a subordinação A imposições exógenas e o carácter autoritário do regime político, colocam-nos diante de um sistema a vários ritmos e com um rumo impreciso.
Neste meio século da República, a sociedade angolana faz o devido inventário das realizações em todos os domínios, e a Educação não é excepção. Historicamente, este sector surge como uma ferramenta ao serviço dos vários momentos e ideologias que moveram o país independente. Enquadrar as ideias centrais para a Educação nas duas Repúblicas é, pois, necessário. Não só para avaliar a eficácia deste sistema em Angola, mas também para integrar essas mesmas ideias nos debates necessários sobre as questões da República.
Tendo como ponto de partida que uma revolução que se centra no simples exercício do poder em detrimento do humanismo (ubuntu) é “inimiga da paz”, retomando a expressão do Maitre Beye, pretendemos sinalizar pistas sobre o que vale a pena catalogar e discutir em Angola, quando o tema é a Educação.