Movimento

Ensino artístico e transformação: A arte como motor de mudança social

Ana Clara Guerra Marques
foto/ilustração:
Rui Tavares (Companhia de Dança Contemporânea de Angola, “Ceci n’est pas une porte”, 2016)

Ao chegar à Escola de Dança do então Conselho Nacional de Cultura, em 1976, na condição de antiga aluna (de 1969 a 1972) de uma escola profissional, já sabia da importância e pertinência de uma formação em dança. Pouco depois, a partir de 1978, passo a dirigir essa nova e única escola do período pós-independência onde, através do contacto com professores cubanos e russos, confirmo a importância de fortalecer aquela estrutura de profissionalização.

Em conjunto com colegas das demais áreas artísticas, e coordenados pela directora do INFAC (Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural), demos início ao grande projecto de criação de um subsistema de educação artística integrado por duas componentes inter-relacionadas: a Educação Artística Genérica, cujo objectivo era levar as artes e a cultura à sociedade por forma a criar públicos apreciadores, críticos e exigentes; e o Ensino Artístico Especializado, que regia a formação profissional de artistas e professores nas diversas áreas das artes. Este subsistema integraria a Lei de Bases do sistema educativo angolano e as escolas de ensino especializado funcionariam com tutela repartida entre os ministérios da Cultura e da Educação (posteriormente integrar-se-ia o ensino superior).

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