“Reforma de pensamento significa reforma de educação”
Como está a Educação angolana hoje? Para responder a essa questão, tomamos emprestada uma frase de um palestrante do Simpósio sobre Crítica Literária (2024), organizado pelo movimento artístico-literário Litteragris: “O estado da literatura angolana depende do estado do Estado de Angola”. Este também é o estado do Teatro Angolano. Afinal, o mosaico cultural e os fenómenos artísticos de uma determinada geografia são o reflexo da sua estrutura social, económica e política.
Este artigo está, de forma transversal, na linha de um projecto iniciado por José Mena Abrantes (O Teatro em Angola, 2005, Vol. I e II) que lançou, com as melhores intenções, os fundamentos do Teatro, “numa terra onde pouco se lê e pouco se sabe” (Assis Júnior, 2014). O fenómeno colonial e as guerras entre os próprios da terra adiaram tal desiderato. Poucos chegaram a compreender a grande relação umbilical entre o Teatro e a Literatura, bem como as suas complexidades. Na cola de Luís Kandjimbo, soubemos que a reforma educativa e curricular do ensino angolano não contempla a disciplina de Literatura Angolana (Santos, 2017). Diferente de outras geopolíticas, a Grécia tinha o Teatro como um projecto de humanidade. “Para além de deleitar, a Idade Clássica queria que a arte instruísse” (Talon--Hugon 2009, p. 34).