Movimento

Resgatar a Memória para reescrever o Futuro

Medhin Tewolde
foto/ilustração:
Stills de “NYANGA”

Ao longo da História, as narrativas hegemónicas que definiram quem somos foram escritas, muitas vezes, por quem nos oprimiram. As vozes dos nossos antepassados e antepassadas foram silenciadas ou distorcidas, e com isso as nossas histórias foram invisibilizadas. A nossa memória permaneceu, sobretudo, através da oralidade e converteu-se num acto de resistência.

Nos últimos anos, tem-se falado muito sobre diversificação na produção de cinema. No entanto, no meu ponto de vista, muitas vezes só se refere à diversidade das temáticas, e não das pessoas que as produzem. Isso não significa necessariamente diversificar o cinema. Para que tal aconteça, falta diversificar as vozes e olhares de quem faz cinema.

No México, as histórias sobre as populações negras, afro-descendentes e afro-mexicanas têm sido pouco contadas e geralmente são narradas por pessoas que não pertencem às nossas comunidades. São relatos feitos através de uma lente que, muitas vezes, nos reduz a meros estereótipos exotizantes, sexualizantes, folclorizantes ou infantilizantes. Neste contexto, o cinema, a arte e a educação são espaços a partir dos quais podemos e devemos contruir novas narrativas que nos representem com dignidade. Para isso, é necessário converter-nos em narradorxs e protagonistas das nossas próprias histórias, com a nossa própria voz.

Sou uma mulher afro-mexicana e cineasta. O meu segundo filme, uma curta-metragem de animação intitulada “Nyanga”, conta uma história de marronagem baseada na biografia de Gaspar Nyanga (ou Yanga). Este homem foi sequestrado das costas de África durante a época colonial, trazido ao México e escravizado, mas o seu espírito nunca se quebrou. Sonhou com a liberdade, organizou uma revolta e, apesar de não ter podido regressar a casa, construiu uma nova, onde plantou raízes e fundou uma comunidade livre – San Lorenzo de los Negros, actual município de Yanga, no estado mexicano de Veracruz, que se reivindica como um dos primeiros territórios livres das Américas.

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A lo largo de la historia, las narrativas hegemónicas que han definido quiénes somos han sido escritas, en muchas ocasiones, por quienes nos han oprimido. Las voces de nuestros ancestros y ancestras fueron silenciadas o distorsionadas, y con ello nuestras historias han quedado invisibilizadas. Nuestra memoria ha permanecido, sobre todo, a través de la oralidad y se ha convertido en un acto de resistencia.

En los últimos años, se ha hablado mucho de la diversificación en la producción de cine. Desde mi punto de vista, muchas veces eso solo implica una diversidad en las temáticas, pero no en quienes las producen. Eso no necesariamente implica diversificar el cine. Para ello, hace falta diversificar las voces y miradas de quiénes están haciendo cine.

En México, las historias sobre las poblaciones negras, afrodescendientes y afromexicanas han sido poco contadas y generalmente narradas por personas que no pertenecen a nuestras comunidades. Son relatos hechos bajo una lente que muchas veces nos reduce a meros estereotipos exotizantes, sexualizantes, folclorizantes o infantilizantes. En este contexto, el cine, el arte y la educación son espacios desde donde podemos y debemos construir nuevas narrativas que nos representen con dignidad. Y para ello, es necesario convertirnos en narradorxs y protagonistas de nuestras propias historias, con nuestra propria voz.

Soy una mujer afromexicana y cineasta. Mi segunda película, un cortometraje de animación titulado “Nyanga”, cuenta una historia de cimarronaje basada en la biografía de Gaspar Yanga. Este hombre fue secuestrado de las costas de África durante la época de la colonia, traído a México y esclavizado, pero su espíritu nunca se quebró. Soñó con la libertad, organizó una revuelta y, aunque no pudo volver a su hogar, construyó uno nuevo, donde pudo sembrar raíces y fundar una comunidad libre – San Lorenzo de los Negros, actual municipio de Yanga, en el estado mexicano de Veracruz, que se reivindica como uno de los primeros territorios libres de las Américas.

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